domingo, 19 de fevereiro de 2017

PREVENCIONISTAS EM AÇÃO! - Nosso grupo de trabalho



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IDEIA SMS - Divulgação Osmar Oliveira

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Chefe Secreto – Empresa: Orbenk – Programa Fantástico (05/02/2017)


                                                                                      Por: Osmar Oliveira  08/02/2017.

Chefe Secreto – Empresa: Orbenk – Programa Fantástico
Episódio 1: Exibido em 05/02/2017 pela Rede Globo de Televisão

Olá Prevencionistas!

Não vi o Programa do Fantástico no último domingo (05/02/2017) e com isso, com uma postagem de um profissional no Linkedin, resolvi dar uma olhadinha no vídeo e ponderar sobre os questionamentos que foram feitos na referida rede profissional.

A língua portuguesa é pródiga em palavras de forma parecida, mas de significados diferentes, os chamados parônimos. Não é preciso dizer que a confusão entre eles é bastante comum. Deste modo, vai a PRIMEIRA DICA:
1)  “Eminente” é um adjetivo que quer dizer “alto”, “elevado” (torre eminente, lugar eminente) ou, no sentido figurado, “importante”, “excelente”, “superior” (eminente professor, eminente deputado). Muito usado para VOSSA EMINÊNCIA.
Já “iminente” é o que está prestes a acontecer. Normalmente se usa em contextos em que ocorra algum tipo de ameaça (“perigo iminente”, “risco iminente” ou mesmo “escassez iminente”, como queria o autor do texto destacado).
COM ISTO, APRENDAM QUE SEMPRE FOREM SE REFERIR A RISCOS, USEM O TERMO IMINENTE, pois conforme a própria legislação pertinente informa:

“NR3.1.1 - Considera-se grave e iminente risco toda condição ou situação de trabalho que possa causar acidente ou doença relacionada ao trabalho com lesão grave à integridade física do trabalhador”.
NOTA: Em dezembro de 2016 elaboramos o “Artigo Técnico - AT004/16 – Herrar é Umano”, onde também orientamos sobre os erros de digitação e/ou na sua maioria de português das coisas que são escritas e compartilhadas nas redes sociais  ou até mesmo em relatórios técnicos nas empresas. Vai lá e curte nosso BLOGGER e acompanhem nossos artigos.


Concluindo nossa DICA: Sempre façam uma revisão ortográfica sobre o que escrevem.


Quanto ao conteúdo da matéria do quadro do Fantástico e motivo da elaboração deste texto, inicialmente observamos que os apresentadores estão em cima de uma PTA – Plataforma de Trabalhos Aéreos (NR18; Anexo IV - Plataformas de Trabalho Aéreo), sendo que o anexo informa que:
“3.13 Todos os trabalhadores na PTA devem utilizar cinto de segurança tipo paraquedista ligado ao guarda-corpo do equipamento ou a outro dispositivo específico previsto pelo fabricante”.
Com isto, já podemos concluir que os apresentadores Tadeu Schmidt e Ana Paula Araújo, não estão usando os respectivos dispositivos de segurança e não creio que tenham recebido algum treinamento referente ao equipamento ou até mesmo sobre trabalhos em altura.

Posteriormente no decorrer da reportagem, aparece o Diretor, Sr. Flores Medeiros usando uma roçadeira sem ao menos ter mostrado qualquer habilidade com a Roçadeira, indicando que o “chefe secreto” não teve nenhum treinamento quanto ao uso do equipamento, nem tão pouco sobre os EPI – Equipamentos de Proteção Individual – fornecidos pela empresa. Notem que a matéria informa que ele será chamado de Henrique dos Santos, um funcionário recém-contratado, em fase de treinamento.

Fundamentando...
“O treinamento admissional deve ..., ser ministrado dentro do horário de trabalho, antes de o trabalhador iniciar suas atividades, constando de:
a) informações sobre as condições e meio ambiente de trabalho;
b) riscos inerentes a sua função;
c) uso adequado dos Equipamentos de Proteção Individual - EPI; e
d) informações sobre os Equipamentos de Proteção Coletiva;...”.

Também me chamou a atenção os termos usados pelo Tadeu Schmidt ao se referir aos EPI’s, como PARAFERNALHA DE SEGURANÇA. Prezados, isso fatalmente contribui para a resistência dos trabalhadores quanto ao uso dos equipamentos, pois os mesmos são chamados desta forma. Desculpem-me, mas o “Chefe Secreto” não me convenceu quando disse que os funcionários têm que usar os equipamentos.

A falta de treinamento quanto ao uso da Roçadeira é evidenciada pelo fato de que o “chefe secreto” danifica a máquina e posteriormente, após estarem aparamentados com os EPI’s (forma correta de se referir aos Equipamentos de Proteção Individual), os três funcionários procuram consertar a roçadeira sem o escoramento da mesma, sobre uma bancada e sem o uso de EPIs durante o manuseio de ferramentas manuais, conforme foto abaixo:


Na sequência do vídeo, mostra o “chefe secreto” se apresentando em outro seguimento da empresa, a limpeza de fachadas de prédios, onde todos os profissionais precisam realizar o treinamento de segurança em trabalhos em altura (NR-35).

Ocorre que na própria matéria mostra o vídeo do treinamento, sendo que o mesmo sendo realizado em altura, porém com andaimes, o que comprova a minha tese de que se o treinamento não for focado na realidade do trabalho a ser executado, isto não contribui para a prevenção e fatalmente coloca os funcionários em grave e iminente (com “i”) riscos. Além de gerar uma evidência que é o Certificado de Capacitação Profissional, que foge a realidade, pois posteriormente, o “chefe secreto” subirá numa PTA com outro funcionário e em seguida irá fazer uma atividade de limpeza de fachadas, onde a técnica utilizada é de acesso por corda (ANEXO I da NR35).


Outra falha observada na matéria e que compromete à segurança do trabalho e logicamente a produção (fato predominante para os empresários), é a falta de manutenção da PTA, de modo que no início dos trabalhos a PTA não subia e o operador sinalizou sobre isto. Isto me remete à NR12 (Segurança nos trabalhos em Máquinas e Equipamentos), que diz:
“12.5 Na aplicação desta Norma e de seus anexos devem-se considerar as características das máquinas e equipamentos, do processo, a apreciação de riscos e o estado da técnica.
12.5A Cabe aos trabalhadores:
a) cumprir todas as orientações relativas aos procedimentos seguros de operação, alimentação, abastecimento, limpeza, manutenção, inspeção, transporte, desativação, desmonte e descarte das máquinas e equipamentos;
...”
Fatalmente, a PTA foi colocada em uso sem a devida atenção quanto aos preceitos de segurança, no que diz respeito à manutenção e inspeção, ocasionando que durante o trabalho a PTA parou durante os trabalhos, estando ela elevada a 5m de altura.
Voltando ao Anexo IV da NR18, Item 4:
“4.1 É responsabilidade de o proprietário manter um programa de manutenção preventiva de acordo com as recomendações do fabricante e com o ambiente de uso do equipamento”...
“4.4 Quando identificadas falhas que coloquem em risco a operação, a PTA deve ser removida de serviço imediatamente até que o reparo necessário seja efetuado”.
Os itens das Normas Regulamentadoras, acima citadas, só reforça que em nenhum momento foram vistas questões relacionadas à segurança do trabalho.

Ainda sobre o vídeo, ao final do mesmo (No próximo domingo terá a continuação do programa), mostra que o “chefe secreto” está com medo (Fato que tem como contribuição a falta de treinamento específico, conforme dito até aqui). O Curso de Segurança (NR35) que ele teve não informa sobre estes riscos, conforme a atividade, fato mostrado na matéria.


Tudo descrito aqui não foi para tirar o mérito do programa ou emissora, mas sim para mostrar que as questões relativas à segurança do trabalho têm e precisam ser vistas, antes de qualquer execução de trabalho, até mesmo para uma matéria de TV.

O exercício da segurança do trabalho é árduo e difícil e a mídia tem por hábito a capacidade de manipular pessoas, onde as mesmas formam opinião sobre algo que nem mesmo conhecem, tecnicamente falando. Lembra-se do famoso comercial das Casas Bahia, onde o apresentador fazia a propaganda, estando sobre uma Empilhadeira em movimento?

Quanto a você prevencionista que teve o carinho e consideração em ler este artigo técnico que preparei, o intuito é para lhe mostrar que a sua percepção deve ser aguçada e crítica quanto a tudo que você vê, escuta ou lê, até mesmo aqui.

Para não dizer que só critiquei a matéria mostrada no Fantástico, uma coisa que achei positiva foi o fato do “chefe secreto” parar para ouvir os trabalhadores quanto ao que eles acham que podem melhorar no desenvolvimento de suas atividades.

Trazendo para um argumento técnico, isto me remete à NR9 que fala do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais:
9.6.2 O conhecimento e a percepção que os trabalhadores têm do processo de trabalho e dos riscos ambientais presentes, ..., deverão ser considerados ...”.
Com isto, quero dizer que cada percepção, inclusive a sua, deve ser levada em conta. O “chefe secreto” foi feliz, pois pode perceber que os funcionários deram sugestão quanto às vestimentas, pois isto fatalmente compromete tanto a produção, quanto à segurança do trabalho, pois se o trabalhador tiver resistência, será ele o maior prejudicado. Lembre-se que até para a recomendação técnica sobre o uso dos Equipamentos de Proteção Individual, os trabalhadores precisam ser ouvidos.
6.5 Compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT, ouvida a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA e TRABALHADORES USUÁRIOS, recomendar ao empregador o EPI adequado ao risco existente em determinada atividade”.
Sempre pontuei que matérias, cenas de novelas, filmes e comerciais, precisam de uma avaliação técnica quanto aos riscos existentes e medidas de segurança sobre o que será mostrado nas telas,  pois sendo um canal de informação, se a TV não tiver a precaução em passar o que é o certo, fatalmente irá desconstruir o que levamos tanto tempo, para conscientizar.

Enfim, esta é a minha contribuição em relação ao que já encontramos nos sites e redes sociais, sobre isto. Espero ter ajudado de alguma forma sobre este assunto tão importante e infelizmente mal explorado nas escolas técnicas, durante a formação dos profissionais de segurança do trabalho e outros seguimentos. Este vídeo é com certeza um excelente exemplo para ser abordado em sala de aula, para desenvolvimento de habilidades dos alunos da área, através de "Estudo de Caso".

NOTA: O objetivo de escrever este artigo é para agregar à todas outras opiniões existentes, não desmerecendo as mesmas, pois são opiniões técnicas e devem ser respeitadas dentro do contexto que foram defendidas.

Aproveitem e curtam nosso BLOGGER e nos sigam nas redes sociais.

Att.

Osmar Oliveira.





AT001/17 - Artigo Técnico desenvolvido por: Osmar A. Oliveira (https://www.facebook.com/OsmarOsanol)
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